20120713

dia 7, casa do sol


amanhece molhado
fica bonita a casa na chuva, fica calma
café, frio, os dias, estes
então li na cama, recebi um sedex, abri imagens
vi o poderoso livro de iluminuras irlandesas do séc IX
colhi gravetos para fazer fogo
piquei cenoura, abobrinhas, pimentões
relento na panela, girando, enformando
no almoço, chegou o Dani, o Daniel Mora Fuentes
filho do escritor e irmão de Hilda, José Mora Fuentes e da querida Olga Bilenky
o Dani é quem cuida do Instituto, arregaçou mil mangas e as coisas se dispõem, dão-se a tocar
frutos dedicados, é impressionante o que vem sendo feito aqui, dentro e ao redor da obra de Hilda
conversamos
é impressionante também como o big world (off brasil, que o diga) não sacou ainda o tamanhão da Hilda
aff... paciência e culhão, numa terra onde faltam os videntes, os videntes, os óbvios...

contei-lhes da serpente no forro da Santa Fé, Olga e Jura acharam chiquérrima a solução
e vão encomendar um bebê-jibóia para dar conta das maluquices dos ratos que enlouquecem debaixo
das telhas, aqui mesmo, sobre minha cama, é um entrudo à beça nas noites, há de tipos e pesos,
eles entram subitamente em surtos, só mesmo uma jibóia para a salvação coletiva, nossa e deles, finalmente eles alimentos, de alguém
Jura já cuidou de uma jibóia, sabe a simpatia lisa e lustrosa de seu enrolado
Olga disse que, das lajotas do piso, parece ainda serem feitas lá pras bandas de Indaiatuba (é isso, mesmo, ou já me falho, pergunto...) - amo dessas lajotas, por mim, caminharei descalça sobre elas, pela vida...
Olga nos contou do episódio do Zé, quando ele teve a "doença do macaco", criancinha, só comia bananas
depois juntaram uma colher do prato de comida de cada pessoa que vivia nas redondezas
e o feitiço se desfez, ele voltou a comer, comida como qualquer, outra _ risos _
absortos depois
já noite & vinho
pensamos nos bancões que estarão logo mais, ao pátio, virando a casa em teatro
será incrível e será breve (aguardem)
(caravanas noturnas vindo de sp à casa do sol)
(imaginem só) (luas) (uivos) (rito)
foram-se algumas garrafas, calabresas, lasanha picoteada como 'mal talhada' (improviso)
estórias, livros, editoras, passado, gente, os cães
(a certa altura - pasme - aqui viveram mais de 120 cães, 150 quase)
(depois a coisa se normalizou, ficaram apenas uns 30...)
bebemos e vimos Maya dançar e posamos de Bethânia
e a sequência do dia é sonho:
durmam bem, queridos...

... e para ser divertido dormir, deixo aqui uma das "RECEITAS ANTITÉDIO CARNAVALESCO", de mm Hilda...

IV

Enfeite a mesa com flores. Compre um peru. Feche as crianças no banheiro. Antes de começar a ceia, convide seu marido para dançar ao redor da mesa (não mexa com o peru). Inopinadamente pergunte se ele gosta de trufas. Se ele disser que sim, gargalhe algum tempo atrás da porta e diga que "trufas não tem não, amorzinho".





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