20091111

escrivã








A primeira palavra que vem é
magnólia
ou então um embaraço, minha sujeição


Tento observar o vago vocabulário vindo dessa noite limada dos comprimidos
Essa noite em que se experimenta uma vez outra o exército flamejante do vazio

E não seria sincero dizer vazio, daí a magnólia
Palavra propícia entre o toldo anafilático disso que se quer dizer

Um cordão
Uma corda bem bamba
Famigerada e alucinatória
Cheia de dispersos tons e dispersas reclamações


Escritora não
Uma mulher a escrever
Bifurcando o não-sentido do talvez
Equilibrista com gaze nos joelhos
Esta anfíbia clorofilada em jejum, esta moça


Esta toda enfeitada de vermelho
pra dizer adeus


Não rumino ainda as ciladas? Fica absorto
Posso até dizer a primeira pessoa aqui um sujeito qualquer
um índice de início e linha, magnólia
minha sujeição

Entre tropeços e poças d'água
A geografia em degredo
O corpo cheio de mágoa
A mágoa cheia de medo
A memória em desalinho

Parece um verso qualquer
Querer dizer qualquer coisa nesta data
Parece um remorso um
Redemoinho


Uma gratuidade


Mas não é